Financial Times: Nova matriz econômica do Brasil ouve anúncio de morte. SÃO PAULO - Até pouco tempo atrás, o governo da presidente Dilma Rousseff falava empolgadamente sobre uma "nova matriz" de políticas econômicas que renovariam a vacilante história de crescimento do país.
Essa estratégia, que consiste em taxas de juro historicamente baixas, uma taxa de câmbio enfraquecida - obtida em parte por meio de controles cambiais - e incentivos fiscais temporários para a indústria, foi concebida para devolver o Brasil a uma taxa de crescimento de 4%. Neste mês, no entanto, a nova matriz econômica pareceu ouvir um anúncio de morte. Pressões inflacionárias persistentes forçaram o Banco Central do Brasil a elevar novamente a taxa básica de juros, que foi de um piso recorde de 7,25% em 2012 para 11% na semana passada, com a possibilidade de novos aumentos.
A maioria dos economistas acredita que o governo de Dilma Rousseff começou a tropeçar em 2012, após o início da crise da zona do euro. O resultado foi uma situação de baixo crescimento e alta inflação. Deficit primário ou nominal? Nenhum dos dois - 23/10/2015 - Mercado. Há um bocado de confusão sobre as medidas de deficit público.
As mais usadas são o deficit primário e o deficit nominal. Nenhuma das duas é uma boa medida de quanto nós temos que nos endividar para cobrir o deficit público. O deficit primário considera o que o governo arrecada com impostos, seus gastos e transferências, mas não considera as despesas do governo com pagamento de juros da dívida.
É, portanto, uma medida bastante incompleta do quadro fiscal. 'Ajuste fiscal é realidade', diz ministro da Educação sobre cortes - BBC Brasil. Nomeado há três meses para conduzir a área que a presidente Dilma Rousseff diz ser sua prioridade, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirma trabalhar para que o ajuste fiscal não afete a essência dos programas da pasta.
"Tem-se menos dinheiro, então o que estamos fazendo é procurar preservar ao máximo possível a qualidade dos programas, a essencialidade dos programas, e escalonar o que não possa ser feito neste ano para fazer no futuro", diz Janine à BBC Brasil. Sua pasta teve um corte de 19% no seu orçamento para 2015. Ele afirma ainda que, por causa do corte nos gastos do governo, o ministério tem buscado "reavaliar projetos e programas em andamento para ver onde podem ser aprimorados".
Leia mais: Qual o segredo do Vietnã para melhorar tanto a qualidade de sua Educação? Em entrevista na última quarta-feira, quando acompanhava a presidente em sua visita pela Califórnia, Janine questionou críticas ao ministério pelo atraso de bolsas a alunos de pós-graduação. Teoria e prática do ajuste - Economia - Estadão. Já dá para dizer que caiu a ficha.
Começa a espalhar-se pela sociedade a percepção, praticamente consensual, de que o País está sob grave risco de ficar entalado em longo período de estagnação e de perda de renda. Ninguém mais diz que a recuperação está logo aí. Depois de dez meses em que repeliram a proposta de ajuste comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tanto o PT como o PMDB convergem agora para dar prioridade ao que tem de ser feito para colocar as finanças públicas em ordem e recuperar a confiança. Se isso sairá de acordo com o novo discurso, é questão por enquanto não sabida.
Mas até a semana passada, o ajuste era rejeitado liminarmente, tanto no voto como no discurso. Ficam, assim, rejeitadas as propostas distributivistas defendidas pelos desenvolvimentistas populistas do PT e da Unicamp. Como na prática a teoria é outra, é preciso saber se haverá essa virada e o que será ela. Estamos falando de mudança no discurso apenas por parte de setores do PT e do PMDB.
O tripé e a obsessão. A obsessão pode ser compreendida como um apego exagerado a um sentimento ou a uma ideia desarrazoada ou até mesmo uma motivação irresistível para realizar um ato irracional.
Esse sentimento, ou esse transtorno, começa a aflorar em alguns analistas de mercado, principalmente quando se trata da redução dos juros ou do famoso tripé da política econômica brasileira. Basicamente, os três pilares da economia brasileira, estruturados em conjunto com o FMI (Fundo Monetário Internacional), a partir de janeiro de 1999 é o seguinte: taxa de câmbio flutuante com livre mobilidade de capitais, para ajustar as contas externas; taxa de juro real elevada, para garantir o cumprimento das metas de inflação; superavit primário crescente, para conter o endividamento do setor público.
Para se ter uma ideia, entre 1999 e 2001, os números revelaram-se não muito interessantes; taxa de crescimento médio de 2,1% do PIB; taxa média de inflação anual de 8,8%; deficit público médio de 4,4%. 'Tripé' macroeconômico deve ser abandonado para retomar o crescimento - 07/12/2013 - Mercado. "É necessário pôr de lado o modelo macroeconômico vigente desde 1999, baseado no tripé câmbio flutuante, metas de superavit primário e metas (rígidas) de inflação.
" A visão é de José Luis Oreiro, professor de economia da Universidade de Brasília. Para ele, o rompimento com as "velhas ideias é fundamental para o desenvolvimento do Brasil".